quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Os motivos dos problemas de abastecimento de água em Ribeirão Preto (SP)

Com uma crise econômica nos cofres públicos da cidade, os poderes executivo e legislativo mostram sua face antipopular, o que vem acirrando a luta de classes na cidade. Isso vem possibilitando a aproximação/aliança de movimentos populares e sociais com organizações revolucionárias, o que, nos últimos meses, causou uma explosão de atos populares progressistas, lutando por seus direitos. Texto relata e explica o problema de abastecimento de água que vive a cidade de Ribeirão Preto, que vem sendo alvo de alguns dos tais protestos populares.



Imagem de um protesto no Jardim Paiva, um dos bairros com situação mais crítica.
Justo em Ribeirão Preto - cidade conhecida por oferecer oportunidades-, moradores sofrem com a falta de abastecimento de água e são obrigados a passar por problemas extremamente incômodos. Para amenizar as dificuldades, reservar água [mandadas por caminhões] em tanques caseiros , é uma boa escolha; mas somente alguns bairros recebem essa água via caminhão.

Com gestões públicas parasitárias e elitistas,  o problema existe e persiste há anos. E mesmo que a falta de água seja um problema bastante conhecido e intolerável, este só deve ser resolvido em julho do ano que vem, conforme anunciado pela Prefeitura municipal.

Em maiores escalas: os bairros Ipiranga e Jardim Paiva seguem totalmente a seco, sem pleno abastecimento. Nestes bairros é impossível realizar tarefas simples, como tomar banho de chuveiro ou lavar louça e roupas.

Evidentemente, essa falta de abastecimento pleno de água traz riscos à saúde, limitando, até, banhos e atividades cotidianas em geral: não se pode tomar banho diariamente; a louça suja se acumula; não se consegue a quantidade de roupa necessária; etc.

Vale lembrar que Ribeirão Preto fica a cima da maior reserva de água doce do mundo, Aquífero Guarani.
O que acontece é inaceitável! 

Os parasitas seguem injustiçando o povo de Ribeirão Preto.

Yuri mora com a família no Jardim Paiva. Lá, a falta de água é um problema crônico. ‘Falta praticamente todos os dias’, disse a avó dele, Maria Antônia Procópio, 60. A aposentada diz que paga, em média, cinquenta reais de conta ao Daerp. ‘O talão, ao contrário da água, não falta.’ Maria Antônia já realizou protestos no bairro por conta do problema.




Torneiras vazias em bairros da zona norte.
Em Ipiranga e Jardim Paiva, bairros em que o problema é constante, muitos moradores acordam de madrugada para realizarem tarefas pois é nesse horário que há relativa quantidade de água abastecendo a rede.

O motivo real e material do desabastecimento, dentre várias falhas de contabilidades e irresponsabilidades administrativas, é por que a DAERP (Departamento de Águas e Esgoto de Ribeirão Preto - empresa responsável pelo abastecimento e saneamento do esgoto) está em crise e, portanto, diz não conseguir preservar bombas e encanamentos mais velhos, perfurar novos poços para retirar mais água, e etc.. Mesmo assim, a prefeitura -- sob direção de Darcy Vera, não pagou, ainda, a dívida de vinte milhões de reais ao DAERP. O pagamento da tal dívida poderia, ou deveria, resolver o problema de abastecimento de água que vive o povo de Ribeirão Preto.


Mesmo com essa dívida estar prejudicando a vida dos trabalhadores de Ribeirão Preto, os políticos da cidade tomam atitudes que prejudicam ainda mais a estabilidade dos serviços do cotidiano do povo, por algum interesse: na última sessão do legislativo municipal de 2013, foi aprovado pelos vereadores, o pagamento da dívida da prefeitura com o DAERP em imóveis, e não com dinheiro. Houve resistência de organizações populares e revolucionárias, com a presença de alguns militantes da Unidade Vermelha e ativistas independentes, mas não foi suficiente para barrar o projeto.


Por essa razão, o DAERP não resolverá a questão do desabastecimento tão cedo, porque imóveis não resolve a crise financeira em curto prazo -- entretanto, permanece o silêncio. O povo operário de Ribeirão Preto paga a conta hoje, mas amanhã fará a justiça!



- Victor Bellizia.