Sabemos bem como surge a sociedade de classes, que é por meio da divisão social do trabalho, e na medida em que surgem as classes, os embates entre classe dominante e classe explorada já começa. A partir daí as classes dominantes vêem a necessidade da criação de instituições que legitimem o poder deles sobre o povo trabalhador.
O Estado é responsável por manter a classe explorada como a classe dominante quer: dominada. Porém uma coisa está sendo ignorada nesse raciocínio. A mera existência de uma instituição que “dá permissão” que a sociedade deve ser dividida em classes/castas não garante que as relações sociais desiguais de mantenham caso o povo descubra que não deve se submeter a uma classe.
O
que acontece caso a “ideologia da classe dominante” falhe, isso é, caso os
meios coercivos ideológicos não forem o suficiente para conter a classe
trabalhadora quieta?
Observamos
aí, que a classe dominante vai notar que é necessário algo além dos aparatos de
repressão ideológicos, para eles se manterem como membros da classe dominante,
eles vão precisar de aparatos de repressão física. Caso a ideologia da classe
dominante não consegue conter as massas eles iriam recorrer a um aparato
repressor físico.
Observe
que a presença de exércitos profissionais/oficiais legitimados pelo Estado, ou mesmo um corpo de homens armados legitimado pelas lógica de sociedade da época (como o caso dos cavaleiros medievais, que não necessariamente um Exército Permanente) só
se inicia quando a humanidade está num dado momento histórico onde a existência
de classes está se consolidando.
Tanto
nas sociedades egípcias (modo de produção asiático), quanto na Roma antiga
(modo de produção escravista) ou na Europa medieval (modo de produção feudal)
havia um aparato repressor físico. No Egito eles eram o Exército a serviço da
elite sacerdotal ou divina. Na Roma eles eram um Exército a serviço do Estado
romano, e na idade média eram os cavaleiros que estavam submissos aos suseranos
através da vassalagem.
Onde
há classes sociais existe um exército, um corpo de homens armados, submetido aos interesses da classe
dominante.
No capitalismo, atualmente, há a presença do Estado (um Estado de caráter burguês), de meios de propagação da ideologia da classe dominante, que são meios de comunicação que deviam servir para informar, mas são utilizados pelas elites locais, como meios de disseminação e difusão da ideologia da classe dominante, e da propagação de manchetes que atendam os interesses das elites locais, e há também a presença de um aparato repressor, que são: o Exército, o Choque, a Polícia Militar e etc..
No capitalismo, atualmente, há a presença do Estado (um Estado de caráter burguês), de meios de propagação da ideologia da classe dominante, que são meios de comunicação que deviam servir para informar, mas são utilizados pelas elites locais, como meios de disseminação e difusão da ideologia da classe dominante, e da propagação de manchetes que atendam os interesses das elites locais, e há também a presença de um aparato repressor, que são: o Exército, o Choque, a Polícia Militar e etc..
Repressão policial durante assembleia dos professores sobre continuação da greve em São Paulo, 10 de Maio. |
Repressão policial à jovem manifestante durante assembleia dos professores sobre continuação da greve em São Paulo, 10 de Maio. |
Polícia agride professores durante assembleia dos professores sobre continuação da greve em São Paulo, 10 de Maio. |
Assim
como os instrumentos de propagação da ideologia da classe dominante (como a
Globo) não é assumidamente um instrumento da classe burguesa, as Forças Armadas
não são declaradamente cães de guarda da burguesia. Mas por isso o materialismo
se faz necessário, afinal "se a aparência das coisas coincidisse com a
essência das coisas, a ciência seria desnecessária", isso é, mesmo que não
digam que seja, na prática eles são sim, os cães de guarda da burguesia. Como
diz o ditado: “na prática, a teoria é outra”.
Se
a propriedade privada dos meios de produção ou a produção de capital estiverem
sujeitos a ameaças ou prejuízo (como ocorre em protestos e greves), eles estarão lá para
reprimir os manifestantes e o povo trabalhador, e no caso do Brasil chegou ao
ponto de realizarem um golpe para proteger os interesses de uma diminuta Elite nacional e do imperialismo norte-americano (golpe de 1964).
Por
fim, podemos concluir que o Braço armado da burguesia atua pelos interesses dos
exploradores, e que não devem ser confundidos com trabalhadores comuns, pois
eles são trabalhadores, mas não agem a partir da consciência de classe, estão
na verdade atuando para atrasar o avanço da classe trabalhadora, e caso for
necessário o embate com eles, que assim
seja. Nós não temos nenhuma pretensão de “pegarmos leve”.
No fogo da luta, os soldados fiéis ao seu povo, e leais a classe trabalhadora brasileira, serão necessários na luta, e muito bem aceitos quando formado um Exército Revolucionário. Dessa forma, poderão desertar das fileiras das Forças Armadas da burguesia, para ingressar as fileiras do Exército revolucionário de libertação, caso sejam soldados verdadeiramente comprometidos com o povo.
Neste sentido, o proletariado revolucionário, deve rechaçar e combater a existência de forças armadas e instituições que legitimem o poder econômico da burguesia, afim de edificar seu próprio poder, construindo suas próprias instituições, na base do avanço de seu próprio exército. Para isso, precisamos reorganizar a esquerda revolucionária no Brasil, seja na maturação teórica e ideológica, seja na inserção nas massas.
- Bruno Torres
No fogo da luta, os soldados fiéis ao seu povo, e leais a classe trabalhadora brasileira, serão necessários na luta, e muito bem aceitos quando formado um Exército Revolucionário. Dessa forma, poderão desertar das fileiras das Forças Armadas da burguesia, para ingressar as fileiras do Exército revolucionário de libertação, caso sejam soldados verdadeiramente comprometidos com o povo.
Neste sentido, o proletariado revolucionário, deve rechaçar e combater a existência de forças armadas e instituições que legitimem o poder econômico da burguesia, afim de edificar seu próprio poder, construindo suas próprias instituições, na base do avanço de seu próprio exército. Para isso, precisamos reorganizar a esquerda revolucionária no Brasil, seja na maturação teórica e ideológica, seja na inserção nas massas.
- Bruno Torres