sexta-feira, 25 de abril de 2014

A Ocupação popular na Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto

Durante a ocupação na prefeitura municipal de Ribeirão Preto, o Jornal Vermelho à Esquerda esteve presente. Este texto narra o início ao fim a ocupação, que foi convocada e dirigida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com fins de resolver um problema de transporte na zona rural de Ribeirão Preto, onde estão assentadas centenas famílias do MST. A ocupação foi necessária pois essa pauta é antiga, inúmeras vezes houve rompimento e descumprimento de acordos para resolver esse problema, sempre prejudicando os trabalhadores rurais. Boa leitura!

Na terça-feira (dia 22 de abril de 2014), houve uma ocupação na prefeitura de Ribeirão Preto. Essa ocupação tinha participação de organizações, militantes independentes, mas, sobretudo, essa ocupação era dirigida pelo MST.

Segundo os dirigentes da ocupação do MST, a ocupação ocorreu por promessas não cumpridas feitas pela prefeita de Ribeirão Preto, Darcy Vera. Em reunião com os dirigentes do MST no dia 11 de março de 2014, ela prometeu uma linha de ônibus perto do assentamento com o prazo de até o dia 20 de abril de 2014.

Essa linha de ônibus percorreria internamente o assentamento, pois há famílias assentadas longe demais da estrada, que precisam andar até 9 km para ter acesso a transporte. Com isso, há famílias que encontram enormes dificuldades, pelo problema do transporte, para estudar e para se locomover da área rural até a área urbana.

A invasão e ocupação à Prefeitura Municipal
A invasão, seguida da ocupação, teve início por volta das 09h10min do dia 22 de abril. De forma estratégica, todos os ônibus chegaram transportando os trabalhadores e trabalhadoras do MST. Do lado de fora, aguardavam os militantes da Unidade Vermelha de outras organizações, além de militantes independentes, que estavam lá em apoio à causa e para ajudar fisicamente na invasão e ocupação.

Ao avistarem os trabalhadores e trabalhadoras do MST saindo dos ônibus, os guardas municipais tentaram fechar o portão principal da prefeitura, numa tentativa falha, pois logo em seguida os manifestantes mais próximos e os militantes do MST abriram o portão e conseguiram entrar.
A partir daí, com a ocupação consolidada e totalmente organizada, manteve-se assim até o final do dia, sempre de forma muito animada, com palavras de ordem e batuque.

colchões momento após a invasão.
Bandeiras e faixas hasteadas em frente à Prefeitura, noite do
primeiro dia de ocupação.


No segundo dia de ocupação
Na quarta-feira (dia 23 de abril de 2014), mantiveram a ocupação com suas danças e gritos, sempre receptivos aos companheiros de outras organizações.

No mesmo dia, os dirigentes do MST estiveram em reunião com o secretário da casa civil, Luchesi (pois a prefeita Darcy Vera não estava na cidade), onde foi estipulado que em 20 dias haverá transporte do campo à cidade provisoriamente, até acontecer uma reunião definitiva com as empresas de transportes urbanos e a promotoria para acabar de vez com o problema.

A princípio, os companheiros e companheiras do MST haviam pensado em ficar acampados na Prefeitura até a chegada dos ônibus para levá-los de volta ao assentamento. Mas em assembleia no mesmo dia, a avaliação foi outra: os trabalhadores e trabalhadoras do MST deliberaram ir embora, com a seguinte ressalva: “Se não for cumprido desta vez, a gente volta!”.


Por fim, a invasão e ocupação na Prefeitura conseguiram pressionar com grande êxito o poder executivo de Ribeirão Preto. A prefeitura resolveu que no dia 24 de abril de 2014 começarão as reformas nas estradas e ruas para melhor locomoção, além de transporte provisório em 20 dias para as famílias assentadas.



Pátria Livre: Venceremos!
Palavra de ordem durante a Ocupação - MST