terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Protestos na Prefeitura e situação da moradia em Ribeirão Preto

Em Ribeirão Preto, a situação da moradia também é motivo pra movimentações populares alinhadas com organizações revolucionárias. Para que a prefeita da cidade sucumbe aos interesses do operariado pelo menos uma vez, o povo vai à prefeitura e cria sua consciência de classe e forjam-se lutadores. Neste texto, explica-se a questão política e econômica que fica superior aos problemas do povo de Ribeirão Preto.

Continua a luta em Ribeirão Preto, uma batalha entre o povo operário versus a grande burguesia municipal parasitária e seus representantes. A prefeita Dárcy Vera (PSD) reassumira na terça-feira (28 de janeiro) o comando da Prefeitura de Ribeirão Preto depois de duas semanas na França (para confraternizar a vinda da delegação francesa de futebol a nossa cidade, o que aquecerá o mercado da alta burguesia). Mas nem tudo foi festa, e nem será: assim que chegou, logo enfrentou protesto dos trabalhadores por moradia popular. A situação da prefeita e demais parasitas com o povo de Ribeirão Preto não vai bem.

Cerca de 40 populares, de nove movimentos diferentes, saíram em protesto da esplanada do Theatro Pedro II e foi até o palácio Rio Branco, palácio sede da prefeitura municipal. Como sempre, ao chegarem, não encontraram nada além da presença reforçada da GCM (Guarda Civil Municipal), sem no mínimo um funcionário do poder executivo pra atender o povo. A prefeita mostrou descaradamente sua face antipopular.

A causa do protesto foi e é reivindicar, entre outras coisas, melhorias nas condições da infraestrutura do Jardim Eugênio Mendes Lopes, para onde foram alocadas 52 famílias das comunidades João Pessoa e Vila Brasil; e construção de 1.970 unidades populares.

A Darcy Vera, por enquanto prefeita, no entanto, deu as costas novamente para o povo de Ribeirão Preto, num ato de desprezo à vontade e luta popular! Em seu lugar, no dia 28, um interlocutor do governo, quem depois subdialogou com o povo, e pediu para que fosse formada uma comissão de sete pessoas do movimento. Mas o povo, justamente, se negou.

"Ou entra todo mundo ou não entra ninguém. Na hora de pedir votos, ela não procurou apenas sete pessoas", clamou uma das organizadoras.

Os movimentos populares reivindicam, em maior prioridade, agilidade da prefeitura em indicar uma área para trocar com o Governo Federal, assim, iniciando o processo de construção de 1.970 unidades de moradias populares. Isso porque o Governo Federal, através do programa Minha Casa Minha Vida, permite que os movimentos construam as casas e paguem da forma que conseguirem. Inclusive, o mesmo Governo Federal, já indicou e ofereceu o terreno para a construção – que fará concretizado assim que o governo municipal, da Darcy Vera, indicar um terreno para trocar pelo oferecido pela União.
 
Populares e cartazes pela moradia.
Após passar esse episódio do dia 28 de janeiro, os movimentos populares que clamam por moradia se juntaram novamente para protestar em frente à Prefeitura nesta terça-feira (4 de fevereiro), mas dessa vez conjuntamente com o sindicato dos servidores públicos da saúde (que estão em greve), civis e contando com a presença da UV – ORNL (Unidade Vermelha – Organização Revolucionária Nacional-Libertadora), para pressionar ainda mais a prefeitura. 

Em frente à Prefeitura, mais uma vez, a prefeita fechou-se em seu Palácio, colocou a GCM em volta da praça (qual se localiza a prefeitura) e deixando os manifestantes falando sozinho.

Cartazes populares e bandeiras dos movimentos populares e Unidade Vermelha.


Após cerca de uma hora de pressão em frente à Prefeitura, com rojões e outras ações para pressionar o poder executivo a dar uma explicação ao povo, os operários dos movimentos por moradia iniciaram uma agitação, juntamente com os combatentes da Unidade Vermelha, para elevarem a um novo nível à pressão, propondo aos demais que ocupassem o prédio até que recebessem, no mínimo, um informe sobre a questão que lhes interessavam.
“Exigimos que a vontade do povo passe a ser atendida, e se não ouvirem, o povo vai se organizar e resolver por si próprio. É a ordem concreta da história. O poder é do povo, e se o poder não servir ao povo, o povo se servirá dele – e com ele fará a justiça, como fez em tantos locais pelo mundo!” – Disse o combatente da Unidade Vermelha, Luciano Zaci.

Infelizmente para a unidade dos populares e dos revolucionários [que se formou durante o ato], o sindicato dos servidores da saúde, por algum motivo, barrou a ideia e não deu apoio para que os servidores da saúde aderirem a tal atitude.

Os movimentos marcarão novas reuniões e em breve se organizarão para novos protestos. O que há de certo é tão somente a continuidade da luta!

Enquanto isso...

A prefeita deu as costas para o povo de Ribeirão Preto, negou dialogar com os operários da cidade sobre a construção das unidades populares e outros absurdos que enfurecem qualquer cidadão da cidade... 

Entretanto, a escolha é diferente, sobretudo, com os empresários e latifundiários da cidade. A prefeita Darcy Vera não dá as costas para os parasitas do povo de Ribeirão, ao contrário, atende suas exigências sem demora: a prefeita aumenta a velocidade da ampliação do aeroporto Leite Lopes, o que passará a receber voos internacionais e aumentar a capacidade de carga, diminuindo os gastos dos empresários, que antes tinham que buscar as cargas de São Paulo e trazê-las pela rodovia. Como se não bastasse tudo isso, essa ampliação esta sendo feita contra a vontade popular e sem planejamento – pois os moradores das favelas que ficam próximas à pista de pouso do aeroporto, foram e continuam sendo despejados.

Enquanto isso, os pedidos do povo, são ignorados.