Primeira mulher transgênera eleita em Cuba e direitos LGBT*
A enfermeira Adela foi a primeira mulher transgênera eleita em Cuba. A nova
delegada do povoado de Caibarién, província de Villa Clara, não é uma política
profissional e nem recebe salário por isso e, antes de ser eleita, foi
presidente do Comitê de Defesa da Revolução durante 29 anos. Adela diz que os
maus-tratos e dificuldades relacionadas à sua identidade de gênero começaram
cedo, dentro de casa, mas que nunca mudaram seus sentimentos em relação a
Revolução, apenas a ajudaram a crescer.
Dentro
da sigla LGBT*, o grupo T* é o mais estigmatizado, sofrendo preconceito
inclusive dentro da própria comunidade. Também é o grupo que mais encontra
dificuldades na busca de direitos. Em Cuba, apesar do casamento entre pessoas
do mesmo sexo não ser legal ainda, todo tratamento hormonal e operações de redesignação
sexual são feitos gratuitamente pelo sistema de saúde cubano, e é assegurado o
direito dessas pessoas de mudaram seus nomes e gêneros em documentos. Essas
leis fizeram de Cuba, em 2008, o país mais avançado em termos de identidade de
gênero da América.
Os
direitos inclusivos para toda comunidade LGBT* cubana ainda estão em debate,
mas pequenos passos já foram dados, como a possibilidade de gays e lésbicas
servirem abertamente no exército. A comunidade também obteve, recentemente,
aliados importantes, como a presidente do CENE SEX (Centro Nacional Cubano de
Educação Sexual), Mariela Castro, e Fidel Castro, que em sua autobiografia
"Minha Vida" pediu pela aceitação de homossexuais.
- Natalia Médici