terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Primeira mulher transgênera eleita em Cuba e direitos LGBT*

A enfermeira Adela foi a primeira mulher transgênera eleita em Cuba. A nova delegada do povoado de Caibarién, província de Villa Clara, não é uma política profissional e nem recebe salário por isso e, antes de ser eleita, foi presidente do Comitê de Defesa da Revolução durante 29 anos. Adela diz que os maus-tratos e dificuldades relacionadas à sua identidade de gênero começaram cedo, dentro de casa, mas que nunca mudaram seus sentimentos em relação a Revolução, apenas a ajudaram a crescer.

Dentro da sigla LGBT*, o grupo T* é o mais estigmatizado, sofrendo preconceito inclusive dentro da própria comunidade. Também é o grupo que mais encontra dificuldades na busca de direitos. Em Cuba, apesar do casamento entre pessoas do mesmo sexo não ser legal ainda, todo tratamento hormonal e operações de redesignação sexual são feitos gratuitamente pelo sistema de saúde cubano, e é assegurado o direito dessas pessoas de mudaram seus nomes e gêneros em documentos. Essas leis fizeram de Cuba, em 2008, o país mais avançado em termos de identidade de gênero da América.

Os direitos inclusivos para toda comunidade LGBT* cubana ainda estão em debate, mas pequenos passos já foram dados, como a possibilidade de gays e lésbicas servirem abertamente no exército. A comunidade também obteve, recentemente, aliados importantes, como a presidente do CENE SEX (Centro Nacional Cubano de Educação Sexual), Mariela Castro, e Fidel Castro, que em sua autobiografia "Minha Vida" pediu pela aceitação de homossexuais.

- Natalia Médici